terça-feira, 9 de setembro de 2014

Entrevista para o Notícias do Dia alerta para “central de boatos" durante a campanha eleitoral

A população deve ficar esperta e fugir de armações eleitoreiras. 

Integra da entrevista concedida à Jornalista Daiana Constantino - ND Florianópolis  

[...] Veja mais em: http://ndonline.com.br/florianopolis/eleicoes2014/196745-cientista-politico-alerta-para-ldquo-central-de-boatos-rdquo-durante-a-campanha-eleitoral.html.
1 - Qual pode ser o impacto de montagens, como a do vídeo mencionado, no processo
eleitoral?

Montagens, trucagens, distribuição de material apócrifo são estratégias que lidam justamente com este distanciamento do eleitor. Os seus autores quando ligados a partidos ou candidatos sabem que conteúdos virais são atrativos para o grande público e utilizam esta espécie de artimanha para, principalmente, desconstruir candidaturas rivais.  Por essa razão é difícil crer que o vídeo em que Lula, por intermédio de alguma trucagem figura pedindo votos para Marina (a outra) seja de autoria de grupos ligados à própria candidata. O problema é que este vídeo poderia ter dois efeitos: mostrar o apoio a Marina Silva de uma figura inegavelmente carismática e dono de um capital político monstruoso, como o é Lula, mas, ao mesmo tempo, poderia demonstrar uma fragilidade da candidata Dilma que teria perdido o apoio de seu principal cabo eleitoral.

2 - Qual orientação deve seguir os eleitores para não serem enganados por montagens, como a mencionada?

Os eleitores devem ficar atentos à toda informação que saia dos padrões normais de uma campanha. Denuncias, dados inflados, fotografias comprometedoras, gravações em vídeo ou áudio em situações bizarras ou minimamente incomuns (como aquela em que um candidato teria deixado dado vazão à um sonoro flato em rede nacional no principal telejornal da emissora globo) devem ser avaliadas com muita cautela. Uma forma de fugir destas "pegadinhas eleitoreiras" sem sombra de dúvidas é ampliar as fontes de informação. A internet é um excelente canal de comunicação entre eleitores e candidatos. Mas se for a única, o remédio para desinformação, como já dizia o ditado, pode ser pior do que a doença. O eleitor comprometido precisa acompanhar a internet, mas também os telejornais, os jornais impressos e os veículo de rádio que normalmente detalham mais a notícia e as informações.

3 - Nesses casos, quais podem ser penalizações para os responsáveis que fazem
e divulgam materiais que prejudicam a campanha de candidatos e confundem a cabeça do eleitorado?

A legislação eleitoral prevê uma série de sanções para os autores de peças publicitárias fraudulentas. Que vão desde a configuração de prática criminosa prevista no Código Eleitoral, a determinação de recolhimento ou retirada do conteúdo do ar, aplicação de multas pecuniárias até a configuração de improbidade e inelegibilidade se a prática configurar abuso de poder político ou econômico

4-No geral como o Sr, avalia a campanha deste ano?

Sobre a campanha eleitoral é fato que ela está bastante diferente neste ano. Em primeiro lugar há que se distinguir as campanhas em seus diferentes níveis: Nacional (Presidente), Estadual (Deputados Federais, Senador e Governador) e local/regional (Deputado Estadual). No nível mais local nota-se um distanciamento do eleitor e até uma certa indiferença à disputa que se passa à sua frente. As estratégias das campanhas têm se dividido entre formas de convencer e de atrair a atenção do eleitor, ao mesmo tempo em que se trabalha com o sentimento de uma rejeição geral à política. Possível rescaldo dos manifestos de junho de 2013, dizem alguns. Ao nível nacional pro outro lado, é sabido que as campanhas se profissionalizam e estão cada vez mais atentas à opinião prévia do eleitor.

Por fim é necessário dizer o óbvio: a campanha eleitoral visa ocupação de espaços de poder no Estado. Visa o controle da agenda estatal e está vinculada à distintos e plurais interesses sobre o que fazer com e do Estado. O nível de debate, é diretamente proporcional ao acirramento das disputas. Candidatos que não tem nada a perder podem falar o que bem entenderem sem grandes consequências eleitorais. Por isso atacam, ampliam a agenda temática das eleições e o fazem abertamente Candidatos com grandes chances de emparelhamento na disputa normalmente estão muito mais atentos à opinião pública.

http://ndonline.com.br/florianopolis/eleicoes2014/196745-cientista-politico-alerta-para-ldquo-central-de-boatos-rdquo-durante-a-campanha-eleitoral.html

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